23/03/10

DESCANSAR EM PAZ

O Governo pretende construir um novo –e imprescindível- quirófano de urgências no Hospital Barzilai de Ashkelon. Este quirófano irá baixo terra e protegido cotra ataques com mísseis. Como na maior parte dos lugares de Israel, quando se emprende uma excavação, acham-se restos arqueológicos ou tumbas.

Aquí vêm de achar uma série de antigas tumbas. Não está claro se as tumbas pertencem aos judeus ou aos romanos (provavelmente sim que está claro, mas ambas partes vem-se na obriga de manifestar o que lhes convém).

Existem duas opções chegados a este ponto. Trasladas respeitosamente as tumbas a um novo empraçamento, ou construir o quirófano de urgências noutro lugar –com o custe adicional de 100 milhões de shekels e um grande retrasso no tempo.

Com tudo o que está caíndo sobre Israel, o partido Judeus Unidos pela Torá (UTJ) ameaça com abandoar a coaligação e sacar aos seus activistas às ruas se o Governo continua com a sua intenção inicial de trasladar as tumbas e construir o quirófano de emergências.

Só me posso perguntar por que o UTJ não ameaçou com sacar os seus activistas à rua ou abandoar a coaligação quando os judeus mortos de Gush Katif foram desenterrados e trasladados. Daquela estavam também sentados na coaligação de governo de Sharon que perpetrou a “desconexão”. De facto, uniram-se à coaligação de Sharon o 30 de Março de 2005 –justo antes das expulsões e a exumação de 48 judeus (6 de eles vítimas do terrorismo palestiniano). O único que lembro é que permaneceram em silêncio.

Não semelha que lhe importe muito ao UTJ que os seus compatriotas judeus vivos não possam edificar ou ampliar os seus fogares –inclusso, que sejam botados a patadas dos seus fogares. Nem sequer semelha que lhes importe que os seus queridos judeus haredim de Ramat Shlomo, em Jerusalém, não podam edificar ou ampliar as suas casas para poder viver com as suas famílias.

Não tenho escutado ameaças de irem abandoar a coaligação ou de emprender a batalha nas ruas.

Não haverá um transfundo de hipocresia em tudo isto?

Gostaria-me oferecer uma proposta de solução que arranjasse isto fazilmente.

Dado que o UTJ considera que é da máxima importância que não se trasladem as tumbas duns quantos soldados romanos, até o ponto de ameaçar com revoltas e derrubar o Governo –algo com o que não tinham ameaçado recentemente ante qualquer outra questão, daquela é necessária uma solução de compromiso.

A minha proposta de compromiso é que os 100 milhões extras de shekels procedam, não dos meus e os vossos impostos, senão dos fundos governamentais destinados aos seus programas e organizações.

Dado que essa é uma clara linha vermelha para eles, não me gostaria que a tivessem que cruzar; mas eles podem, se querem, contribuir financeiramente a achar uma soluçao alternativa que não ofenda a sua sensibilidade e que, ao mesmo tempo, não resulte onerosa para os nossos petos.

Nota:

Pessoalmente, não sou partidário de remover tumbas para construir edifícios. Mas a Halajá admite a possibilidade de trasladar os restos sob determinadas circunstâncias, fazendo-o com todos os cuidados, em consideração a factos excepcionais.

O único que pretendo fazer ver (para aqueles que não se tenham decatado) é a extrema hipocresia e carência de valores na Torá do partido UTJ, à hora do que eles consideram motivo para emprender uma revolta.


JOE SETTLER

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