25/03/10

COMPLOT OBAMA/LIVNI?


Por duas vezes no transcurso de duas semanas, as relações entre os EEUU e Israel têm-se posto tensas no momento em que os mass media israelis publicaram notícias de carácter técnico relativas a projectos em marcha destinados a construir em Jerusalém Leste –primeiro em Ramat Shlomo, e depois no solar do Hotel Shepherd. Em ambos casos, as filtrações produziram-se mentres o Primeiro Ministro israeli, Binyamin Netanyahu se disopunha a reunir-se com as duas principais magistraturas dos EEUU: o Vicepresidente Joe Biden, no primeiro caso, e o Presidente Barack Obama, no segundo.

Alguns analistas acreditam que isto não pode ser uma mera coincidência, e as teorias da conspiração começam a aflorar. Um meio escrito denuncia um complot entre Obama e a dirigente da oposição Tzipi Livni (Kadima). Outra fonte jornalística, culpa a Arnon Moses proprietário do “Yediot Ahronot” e do sítio de notícias online Ynet.

Ammon Lord, editor do jornal de orientação nacionalista “Makor Rishon”, sinalou num artigo em primeira plana o passado venres, que Jeffrey Gldberg do ”Atlantic Monthly”, meio escrito próximo à Administração Obama, apostou rotundamente que Obama estava detrás da filtração –sobre a construcção de 1.600 apartamentos em Ramat Shlomo- que pretendidamente colheu por surpresa à Administração dos EEUU e tanto os fixo enfurecer.

Obama não pretende destruir as relações dos EUU com Israel; apenas intenta promover a campanha de Tzipi Livni para ocupar o posto de Primeiro Ministro ou, uando menos, para a sua inclusão num Governo de ampla base centrista”, escreveu Goldberg. “O objectivo”, continuava explicando, “não é outro que forçar a ruptura da coaligação de Governo, o qual obrigaria a Netanyahu a dar entrada ao partido centrista Kadima, de Tzipi Livni (…) conformando uma ampla maioria de 68 escanos na Knesset, que não teria que depender dos votos duns gángsters, messiânicos e medievais”.

Sob o titular “O Profeta Yoel”, Lord sinalava também que a rádio governamental Reseht Bet gravara ao membro da Knesset Yoel Hasson, homem próximo a Livni, predizendo misteriosamente uma semana antes da chegada de Biden a Israel que “nas semanas vindeiras ficará claro o débeis que são as relações ente Netanyahu, Europae os EEUU”.

Ao ser perguntado, tras o incidente com Biden, como fora capaz de predizer a crise que se vizinhava, Hasson apenas “sorriu misteriosmente”.

A conclusão de Lord: o assunto foi preparado com a ajuda de Kadima.

Mentres, o concelheiro de Jerusalém, Elisha Peleg, sugeriu que a Agência de Seguridade Israeli (o Shin Bet) deveria  emprender uma investigação para determinar responsabilidades na filtração da notícia aos titulares dos jornais justo no momento em que se produziu. “Eu pediria à ISA que averiguasse quem são esses que acreditam que os interesses dos palestinianos estám por diante dos interesses dos israelis”, manifestou à rádio das IDF, assegurando que se trata dum claro caso de “traição”.

A Municipalidade de Jerusalém emitiu uma nota afirmando que o informe relativo ao Hotel Shepherd foi “distorsonado” e “sacado à luz com a só intenção de agir como provocação coincidindo com a estância do Primeiro Ministro Netanyahu em Washingon”.

O plano já fora aprovado em Julho de 2009 pelo comitê local” sinala a Municipalidade. “A sua aprovação foi feita pública naquele mesmo momento. Os proprietários do terreno pagaram as taxas o 15 de Março deste ano, e a aprovação tomou forma automaticamente a partir dessa data”.

O Ministro de Protecção Medioambiental, Gilad Erdan (Likud), manifestou também que a filtração deste passado martes foi parte duma “trama da esquerda”. Qualificou-na como “verborrea sem fundamento que alguns elementos da esquerda tratam de utilizar para lixar o nome de Netanyahu, inclusso a costa dos nossos vínculos com os EEUU”.

News1, um sítio web de notícias propriedade dum jornalista independente em meteórico ascenso, Yoav Yitzchak, tem a sua própria teoria no que respeita a estas embaraçosas filtrações. Ele aponta que a filtração do Hotel Shepherd fora previamente publicada em Ynet, e cita fontes políticas da sua absoluta credibilidade que estimam que Arnon Moses estaria tratando de botar abaixo o Governo de Netanyahu. Moses está no meio duma guerra mediática contra um novo rival impresso, o “Yisrael HaYom”, que ameaça seriamente o papel de privilégio do esquerdista Yediot Ahronot no mercado israeli. O “Yisrael HaYom” é propriedade de Sheldon Adelson, considerado próximo a Netanyahu.


GIL RONEN

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